prevenção
MPAL pede informações aos Bombeiros sobre recarga de carros elétricos
Na capital alagoana, número desses modelos de veículo vem aumentando
De acordo com especialistas, recarregar carros elétricos em garagens de edifícios, inclusive em subsolos, é colocar em risco a vida de quem reside ou faz uso daqueles espaços. Em Sergipe, por exemplo, o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA/SE) já emitiu nota com parecer técnico alertando sobre incêndios envolvendo baterias de íons de lítio.
Como em Alagoas, principalmente na capital, o número desses modelos de veículo vem aumentando e, para se adiantar a uma possível problemática, o Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL), por meio da 66ª Promotoria de Justiça (Urbanismo), instaurou uma notícia de fato e enviará, nesta terça-feira (10), ofício ao Corpo de Bombeiros Militar (CBMAL) solicitando os esclarecimentos necessários sobre métodos preventivos e segurança.
De posse da nota técnica do CREA/SE, o promotor de Justiça Jorge Dória demonstrou grande preocupação, pois, segundo o relatório, incêndios causados pelo excesso de aquecimento das referidas baterias são, geralmente, de difícil controle. “É preciso que acendamos o alerta e já nos antecipemos para trabalhar a prevenção. No Brasil, ainda não há uma legislação federal que discipline isso, mas a venda de carros elétricos é crescente e, comumente, os proprietários têm utilizado esse formato para recarregar seus carros, apenas usando as tomadas dos prédios. Confirmadamente, o eletrólito pode superaquecer as baterias, e elas explodirem, a nota afirma isso. Acionamos os bombeiros para colhermos informações e fazer a adoção das providências, pois é importante encontrarmos a forma correta para enfrentar o problema em Maceió e, consequentemente, evitar quaisquer tragédias”, destaca Jorge Dória.
De acordo com a Nota Técnica do Crea de Sergipe, o superaquecimento de uma bateria ultraar 1.000°C, valor muito acima do previsto em projetos convencionais, ressaltando que estruturas de concreto em situação de incêndio com temperatura a partir de 600°C já tendem a comprometer severamente a integridade estrutural do edifício, podendo levá-lo a colapso total. Além disso, pela potencialidade, compromete a segurança, também, de prédios localizados na s adjacências.
A recomendação dos engenheiros sergipanos foi que “a recarga seja realizada em estações de recarga, em áreas abertas, na parte exterior de toda e qualquer edificação. Em áreas abertas, as estações de carregamento devem guardar o distanciamento mínimo de 3m entre veículos e, em caso de distanciamento menor, enclausurar os limites de uso da estação de recarga coibindo, em caso de sinistro, que o possível incêndio se propague”, diz um trecho do documento.
“Agora vamos aguardar a manifestação do Corpo de Bombeiros e aprofundar as discussões sobre o assunto. O Ministério Público, evidentemente, vai se posicionar diante dos estudos que a sua equipe técnica lhe rear. Prevenir sempre será o melhor caminho”, conclui o promotor de Justiça Jorge Dória.