A Polícia Militar de Alagoas afirmou nesta terça-feira, 10, que a substituição do comandante da Academia da PM não tem relação com a fuga do major Pedro Silva, que terminou com três mortes. A mudança foi oficializada dois dias após a evasão do oficial.

Segundo a corporação, alterações em cargos estratégicos são práticas rotineiras e visam à renovação da gestão. A troca envolveu a saída do coronel Mário Xavier da Academia da PM e sua ida para o Comando de Policiamento Especializado.

A PM informou que a decisão se baseou no currículo técnico dos coronéis envolvidos. Carlos Azevedo, que deixou o E para assumir a APM, já havia ocupado funções de gestão em outros setores da instituição.

Ainda segundo a nota da PM, os seis militares transferidos em caráter excepcional não estavam de serviço no momento da fuga. A corporação alegou que a medida também busca garantir isenção nas investigações do caso. Veja a nota na íntegra:

A Polícia Militar de Alagoas (PM-AL) informa que movimentações em cargos estratégicos são atividades rotineiras na Corporação e visam oxigenar a tropa e dinamizar a gestão no serviço policial militar.

A respeito da movimentação publicada em Boletim Geral desta segunda-feira (9), transferindo o coronel Mário Xavier, da Academia de Polícia Militar (APM) para o Comando de Policiamento Especializado (E), foi considerado o currículo do oficial superior, que possui vasto conhecimento e capacidade técnica, além de cursos e capacitações voltados à área operacional.

Igualmente, a transferência do coronel Carlos Azevedo, do E para a APM, levou em conta os excelentes serviços prestados pelo oficial na atividade de gestão em cargos estratégicos desempenhados anteriormente. Dessa forma, o comando-geral acredita que ambos os oficiais farão um exímio trabalho em suas novas pastas. A medida deve também conferir maior isenção nas investigações a serem realizadas relativas à fuga de custodiado ocorrida no último final de semana.

A PM-AL esclarece ainda que os seis militares transferidos em caráter excepcional não têm relação com a mencionada fuga, uma vez que nenhum deles estava de serviço no dia em que o fato ocorreu. O termo “caráter excepcional” alude ao fato de que tais transferências se sucederam em data diferente da estabelecida usualmente para esse tipo de movimentação.

Pedro Silva estava preso desde janeiro de 2025 por violência doméstica. Após fugir da academia, ele manteve familiares em cárcere privado, matou o filho e o cunhado, e morreu em confronto com o Bope.